José Ananias Duarte Frota | Sábado, 21 de Abril de 2018 às 07:12 AM
A
Associação dos Diplomados da Escola de Guerra da Terra do Marechal Casimiro
Montenegro Filho, criador do Instituto Tecnológico de Aeronáutica e do
Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, instituições que foram o
embrião da Embraer, tendo abordado ontem, dia 20 de abril, a significativa
participação do Grupo Cearense Energy Telecom "4th NATO Cyber Defence
Smart Defence Projects (CD SDP) Conference” em Lisboa, vem publicar o artigo da
lavra do renomado e dileto Mestre, Caio Lóssio Botelho.
No
final do texto abordando "4th NATO Cyber Defence Smart Defence Projects
(CD SDP) Conference”, mencionamos o Professo Caio Lóssio, transmitindo ao
leitor que : “A Escola de Sagres foi uma verdadeira "universidade"
náutica; pois ela chamou a atenção da comunidade científica de sua época, para
o erro cometido pelos antigos gregos, quando eles batizaram o nosso Planeta de
"Telus", dando a impressão do predomínio das terras (continentes e
ilhas) sobre as águas, quando na realidade a Terra é um Planeta Marinho, em
face da prevalência dos oceanos e mares em nosso Globo.
No
período das navegações marítimas, teve ela um papel análogo ao que tem hoje o
Centro Espacial de Houston (verdadeira Universidade da Era Espacial), pois,
além de comandar o processo tecnológico da arte de navegar daquele tempo, foi
responsável pela filosofia de colonização do mundo lusitano”.
Agregando
a assertiva susa citada, a Associação dos Diplomados da Escola de Guerra no
Estado do Ceará, reverência o Povo Português pelo pelo significativo momento, navegando
e desbravando anteriormente o mundo desconhecido e hodiernamente, o mundo
cibernético.
Diante
do exposto, transcrevemos o artigo abaixo do ilustre Doutor Caio Lóssio Botelho,
parte integrante de seu expressivo opúsculo; Brasil a Europa dos Trópicos, rendendo nossas homenagens e
continência de estilo a este cidadão exemplar conforme atestamos em uma síntese
de sua biogradia ao final da matéria
Caio Lóssio Botelho : A Colonização
Ecológica dos Portugueses na Civilização Trópico-Equatorial Brasileira
“Todas as ciências devem estar a serviço do
homem e da sociedade para não perder de vista a visão humanística fundamental para
qualquer ciência”.
*Caio Lóssio Botelho, lançamento do livro:
“Capítulos Universais da Geografia Monítica" no Ideal Clube 2004.
Caio Lóssio Botelho
(O SER)
1 .
O tema por nós escolhido -A Colonização Ecológica dos Portugueses na
Civilização Trópico-Equatorial Brasileira, interpreta o espaço geográfico como
resultante da açáo humana proveniente de uma organização evolutiva que formou e
liberou um novo espaço para nela integrar a História. Por isto concordamos com
Elisée Reclus quando afirmava: "O homem é anatureza adquirindo consciência
de si próprio".
2. A
Escola de Sagres e Sua Influência Nas Ciências A Escola de Sagres foi uma
verdadeira "universidade" náutica; pois ela chamou a atenção da
comunidade científica de sua época, para o erro cometido pelos antigos gregos,
quando eles batizaram o nosso Planeta de "Telus", dando a impressão
do predomínio das terras (continentes e ilhas) sobre as águas, quando na
realidade a Terra é um Planeta Marinho, em face da prevalência dos oceanos e
mares em nosso Globo.
No
período das navegações marítimas, teve ela um papel análogo ao que tem hoje o
Centro Espacial de Houston (verdadeira Universidade da Era Espacial), pois,
além de comandar o processo tecnológico da arte de navegar daquele tempo, foi
responsável pela filosofia de colonização do mundo lusitano.
Essa
Instituição não só convenceu os reis de Portugal e Espanha a estabelecerem o
Tratado de Tordesilhas (1494), portanto, antes do descobrimento oficial do
nosso País, a fim de assegurar o direito dos lusos na América do Sul, numa
linha que ia da cidade de Belém no Estado do Pará, à Laguna no Estado de Santa
Catarina.
Com
a ascensão do Rei da Espanha (Felipe II) à Coroa Lusa (1580), houve uma
integração entre a América Lusa e a América Espanhola. Só mais tarde (170
anos), com o Tratado de Madri (1750), graças ao aconselhamento dos sábios desta
verdadeira Universidade Náutica é que foi definida a área da América Portuguesa
com a incorporação de uma área de mais de 6 milhões de km2 ao território da
colônia brasileira.
No
Direito Internacional, estabeleceu a Doutrina do "Uti Possidetis, ita possideatis"
(como possuís, assim continuai possuindo), permitindo destarte através do
Tratado de Madri, a derrocada da Linha de Tordesilhas e a expansão do espaço
brasileiro (colônia lusitana) no Continente Sul-Americano.
Com
a Escola de Sagres, Portugal adorou geopoliticamente a ocupação dos pontos
estratégicos da América do Sul. Assim pois, se apossou da foz do Amazonas e
consequentemente (hoje), a maior parte da bacia hidrográfica desse rio pertence
ao Brasil. Ocupou a maior parte do litoral atlântico da América do Sul,
dificultando assim, a penetração de outros colonizadores.
Na
bacia do Prata, os portugueses ocuparam as nascentes dos seus rios formadores
(Paraná, Paraguai e Uruguai), por isto, pudemos incorporar grande parte de
terras platinas ao espaço nacional. A fundação da Província Cisplatina deteve o
avanço dos espanhóis na região do Prata, dando origem ali um Estado Tampão-
Uruguai.
Identificou
ainda os portugueses o último ponto do território sul-americano (o acidente
geográfico Cabo-Frio no Estado do Rio de Janeiro) a receber á influência da
Corrente Marítima Fria das Malvinas ou Falksland. Ocupou o Centro geográfico do
continente sul-americano, onde a área se constituiu numa verdadeira "ilha
orográfica", que deu ensejo ao transbordamento demográfico dos portugueses
nas principais bacias hidrográficas do continente sul-americano.
No
campo da Astronomia, identificaram as coordenadas astronômicas da cidade de
Cuiabá - no Estado do Mato Grosso, com uma precisão exata, dignificando o
avanço do espírito científico e analítico da Escola de Sagres.
Chamaram
a atenção para a biodiversidade da região equatorial amazônica, chegando mesmo
a delinear em seus traços gerais, a influência do raio gama nas diversidades
botânicas do Planeta, graças à atuação deste raio nos genes ou fator e DNA dos
vegetais, fazendo com que o ritmo das mutações seja proporcional à quantidade
da irradiação gama e sua inclinação.
Por
isto na HILÉIA AMAZÔNICA (Zona Equatorial), este raio cai com uma
perpendicularidade nula (0°), propiciando a maior profundidade no núcleo das
células destes vegetais, aumentando assim,as mutações e, conseqüentemente as suas
variações fitogeográficas (3 mil espécies).
Enquanto
que na TAIGA RUSSA (Zona Glacial), o aumento da inclinação para 66° faz com que
o ritmo das mutações seja bastante inferior, ocasionando,assim, uma
simplicidade na fauna e flora daquela área.
Enquanto
isto, nas REGIÕES POLARES, a rarefação da vida animal e vegetal aumenta e se
explica pela acentuada inclinação do raio solar gama para 90° como acontece com
a TUNDRA POLAR (Zona Polar).
Na
Região Equatorial da Terra, a agricultura é mais a arte de aproveitar a luz
solar (força astronômica), do que a arte de cultivar o solo (pedologia).
Na
Hiléia Amazônica, a nutrição vegetal se verifica mais pelas folhas, 80 vezes maior
do que a absorvida pelo solo. A atmosfera, com a ajuda da energia solar e da
clorofila, contribui muito mais do que o solo para a nutrição do vegetal.
Como
vemos, na Amazônia a quantidade de nutrientes do solo é 20 vezes menor do que a
incorporada pela fotossíntese, de acordo com Benchimol.
Por tudo isto, esta região, apesar de ter solos pobres, dispões de uma das mais pujantes florestas equatoriais do Planeta.
3. O
Estado Nacional Brasileiro
O
Brasil é o único ESTADO do Planeta, onde o País, o Povo e a Nação se superpõem
numa harmonia perfeita, formando uma unidade política e uma coesão jurídica,
que favoreceu a integração e a hegemonia do povo e da nação sem par na história
da humanidade. Por isto, o brasileiro tem muita dificuldade em distinguir o
ESTADO, a NAÇÃO e o POVO.
Convém
ainda ressaltar, que a Soberania é a propriedade de independência suprema de um
Estado, e que não deve a sua validade a nenhuma ordem institucional superior, a
não ser o Direito e a Moral, é ela o fator de reconhecimento internacional.
No
Brasil além do Direito e da Moral, por ocasião da nossa Soberania, a sociedade
e a comunidade nacionais, se integraram numa visão concêntrica de
características comuns. Estes fatos geraram uma peculiaridade de característica
unitária no Estado brasileiro como:
•América
lusitana deu origem apenas um só ESTADO, enquanto que a América Espanhola
fragmentou-se em 22 repúblicas
•A
colonização lusa nos legou mais de 8S% do terntono brasileiro, enquanto que o
Reino-Unido da Grã-Bretanha deixou apenas 20% para os Estados Unidos da América
do Norte
• No
Brasil se fala uma só língua (portuguesa) sem dialetos, constituindo-se no
maior espaço cultural da Terra.
Ressalte-se
ainda, a desmistificação da suposta superioridade da colonização francesa,
inglesa, holandesa e espanhola na região trópico-equatorial, como poderá ser
comprovado pela a irrelevância das Guianas no continente sul-americano em
relação ao Brasil.
Outro
fator para a coesão nacional do Brasil, foi a miscigenação das raças (mulato,
mameluco, cafuzo), gerando assim o mestiço que concorreu para a nossa unidade,
através a imigração de diversos povos para integração das inúmeras culturas no
ambiente ecológico brasileiro.
A
monarquia brasileira teve na figura histórica dos grandes imperadores (D.Pedro
I e D.Pedro II) do nosso Estado, elementos marcantes na sedimentação e cristalização
da nossa unidade política e cultural.
No
Brasil o processo de unidade foi mais político, enquanto que nos Estados Unidos
da América do Norte foi mais econômico.
A
peculiaridade brasileira desta unidade política, se assenta na formação do
processo cultural e civilizatório. Neste contexto convém ressaltar que os
GREGOS construíram uma das maiores culturas da humanidade, porém não possuíam
uma civilização propriamente dita. posição esta oposta a dos Estados Unidos da
América do Norte, que construíram a maior civilização do Planeta (tecnologia), porém
com uma cultura totalmente importada, portanto, alienígena.
Enquanto
isto, o Brasil construiu uma cultura própria e sobre esta cultura própria, está
soerguendo uma civilização bastante peculiar, em uma area trópico-equantorial.
4.
Considerações Finais
Destacamos
o fato de que um dos capítulos mais importantes do pensamento científico do
mundo moderno é a TROPICOLOGIA. Do tropicalismo pejorativo de ontem, evoluímos,
nesses SOS anos, para uma tropicalidade que adapta aos trópicos os vários ramos
das ciências, a fim de nos levar à compreensão da dinâmica civilizatória
tropical.
Por
isto concordamos com o Dr. Francisco Alves de Andrade: "O problema da
natureza política guarda sempre um fundo geográfico e estrutural. O esquecimento
ou menosprezo dessa realidade tem levado políticos e burocratas à formulação de
planos,programas e normas improvisados que, quando executados resvalam sempre
em prejuízos, desperdícios ou fraudes contra a Região."
Diante
do exposto, consideramos o Brasil uma verdadeira "Europa dos Trópicos",
face o papel de nossa pátria como cabeça pensante do mundo trópico-equatorial,
situação esta, análoga a Europa em relação aos países temperados-glaciais.
Ressaltamos
ainda, que nos Estados Unidos da América do Norte a polarização econômica
anulou as forças descentralizantes do regionalismo da geografia americana, no
Brasil foi à polarização política que anulou os efeitos negativos de nossas
variações regionais, de caráter descentralizante, visto que nunca possuímos uma
economia sólida, capaz de transformar e anular as forças negativas do nosso
regionalismo.
Enquanto
o período de centralização favoreceu a coesão e a hegemonia do povo e da nação
brasileiras, o período de descentralização favoreceu o desenvolvimento regional
e induziu o crescimento do nosso haushalt (espaço econômico).
No
período de centralização política, constata-se a prevalência do Estado sobre a
nação e o povo; no período da descentralização evidencia-se á supremacia da
nação e do povo sobre o Estado.
Para
o pensador e filósofo Arnold Toynbee a verdadeira causa da decadência das
civilizações é de ordem moral e não material, porém, adverte ainda, aquele
pensador britânico, além da força moral e espiritual, tornam-se necessárias reformas
no plano político, econômico e espiritual, a saber:
a)
Plano Político - a institucionalização de um sistema constitucional e um
governo mundial;
b)
Plano Econômico - encontrar-se um modus vivendi entre a livre empresa e a
estatal, promovendo um controle e uma redistribuição racional e equilibrada da
renda e da riqueza, na propriedade privada através a interferência do Estado,
combatendo a pobreza no plano social;
c)
Plano Espiritual- restabelecer as superestruturas dos fundamentos religiosos.
Diante
destes três aspecros, o religioso e o moral são os mais importantes e
significativos (SER), porém os problemas econômicos e políticos (TER) são os
mais urgentes.
Concluindo
podemos constatar que no contexto mundial, o Brasil se destaca por ser:
• O
maior e mais desenvolvido país trópico-equatorial
• a
maior nação e maior povo em desenvolvimento no espaço trópicoequatorial e do
hemisfério sul
• o
nosso país não pôde se valer das leis dos paralelos, como os Estados Unidos da
América do Norte tiveram em relação à Europa temperada
• o
Brasil serve de modelo aos países equatoriais e tropicais, assim como a Europa
serviu de modelo aos países temperados
•
nossa nação teve de criar uma tecnologia própria, de domínio do trópico-equatorial,
recorrendo a processos novos e originais
• a
nossa nação e nosso povo construíram a maior civilização e cultura na região
trópico-equatorial do mundo
•
nosso país foi pioneiro na pesquisa tropical, na criação e na exportação de um
"know-how" tropical, alugando as técnicas para solução de problemas e
desenvolvimento nas áreas tropicais da África, Oceania e América
• o
Brasil é o Estado mais desenvolvido do Hemisfério Sul
• a
nossa nação é a oitava economia mundial
• o
Brasil está fadado a fazer a mudança do eixo da história do Ocidente X Oriente
para Sul X Norte.
Por
tudo isto, é que consideramos o BRASIL- A EUROPA DOS TRÓPICOS.
*Caio Lóssio Botelho Botelho (Juazeiro do Norte, 19 de abril de 1933), formou-se em geografia e história na Faculdade Católica de Filosofia do Ceará,em 1956.Foi Docente-Livre em geografia econômica-UFC;Doutor em planejamento regional e geografia integral;técnico em foto interpretaçãio e planejamento técnico em métodos quantitativos em geografia;Bacharel em administração pública-UFC;Bacharel e licenciado em geografia-UFC e Bacharel e licenciado em história-UFC.Pertence as seguintes Associações técnicas,científicas e culturais:Presidente da Associação Pan-Americana dos diplomados em recursos naturais-OEA;Membro do The National Geografc Society-EUA;Membro da União Brasileira de Ciências Antropológicas e Etnogáficas;sócio efetivo do Instituto do Ceará;membro da Academia Cearense de Ciências;membro da Sociedade Cearense Cearense de Geografia e História etc.Caio é estudioso do fenômeno das secas no nordeste,principalmente do Ceará.É profundo conhecedor das causas e efeito deste fenômeno.Possui diversos livros editados,quase todos embasados na ciência geográfica;dentre eles destacamos:A filosofia e o progresso evolutivo da geografia;Repensando o cosmo:O homem e a geografia astronômica;Geografia monistica,volume 1 e 2 e Seca- Visão dinâmica,integrada e correlações. Em sua residência, tem um acervo de 32 mil volumes reunidos em dois compartimentos de sua casa, dispostos em livros de Geografia, Astronomia,Ecologia, Filosoa,Ciências Sociais e Jurídicas e alguns poucos romances. Para reunir todos esses livros, o professor Caio Lóssio Botelho, 73 anos, herdou a coleção privada do pai, o juiz Jacinto Botelho de Souza, recebeu doações espontâneas do professor José Waldo Ribeiro Ramos e de um estudante, Julian Hull, filho de Mister Hull. Mais do que isso, comprou vorazmente livros em toda parte do mundo onde esteve, desde as livrarias aos Sebos. Filantropo mantém o costume de repassar a renda obtida a partir da comercialização dos seus livros a instituições como o Lar Torres de Melo e a Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza.
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